Segunda fase do plano de desconfinamento movida a esperança

Avança a segunda fase do plano de confinamento em Portugal, e em Vila Nova de Famalicão esperança é a palavra de ordem.

Com o regresso do 2.º e 3.º ciclos ao ensino presencial, são cerca de 5.900 os alunos que voltam a alinhar pela rotina de ir à escola.

Também o bulir da economia local retoma com a possibilidade de abertura do comércio. Os clientes até agora travados ao postigo voltam a poder entrar nas lojas. A decisão inclui todas as lojas com porta para a rua, com menos de 200 metros quadrados, obrigadas a rotação e regras da Direção-Geral da Saúde.

Ansiado é também o regresso dos ginásios à actividade, ainda que as aulas de grupo não possam ainda acontecer.  

Entretanto, já tínhamos o sol, mas faltavam-nos as esplanadas. Cá estão de volta, ainda assim condicionadas a quatro clientes por mesa, o que permite aos cafés, pastelarias e restaurantes que delas disponham abandonar a venda ao postigo e o take-away, avançando para uma nova fase do seu regresso à normalidade.  

Apesar do plano de desconfinamento ter sido anunciado há quase um mês, a decisão de prosseguir para esta segunda fase do plano do Governo foi tomada apenas na passada semana em Conselho de Ministros. O primeiro-ministro, António Costa, sempre referiu que o plano definido poderia dar um passo atrás, caso a situação pandémica se agravasse, mas a leitura evolutiva validou a segunda fase do plano de desconfinamento, ainda que os indicadores de transmissibilidade vão justificando apelos à cautela.

Além das escolas dos 2.º e 3.º ciclos, voltam a estar disponíveis as Atividades de Tempos Livres dirigidas a esses estudantes, assim como centros de dia e equipamentos sociais de apoio à deficiência.

Entretanto, a partir desta segunda-feira, e por um prazo de 15 dias, a proibição da circulação entre concelhos no continente deixa de estar em vigor. No entanto, mantêm-se encerradas as fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha.

 

Comunidade educativa regressa à escola com “serenidade” e “entusiasmo”

De acordo com o director do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco (AECCB), Carlos Teixeira, o regresso dos alunos do 2.º e 3.º ciclos à escola acontece com um isto de “serenidade” e “entusiasmo”. “Hoje tive a oportunidade de circular pelos corredores e percebi que os alunos querem regressar à escola, querem encontrar os rostos daqueles a quem estão habituados, e é assim que deve ser”, constata.

Convicto de que só com a responsabilidade de todos será possível proteger esta retoma ao ensino presencial, evitando “um novo passo atrás”, o director adianta ao Povo Famalicense que a preparação deste momento acontece reforçando, junto de todos os intervenientes da comunidade, o leque das recomendações que já estavam em vigor no início do ano lectivo: a observância dos diferentes circuitos e zonas autorizadas de permanência no interior da escola, o uso da máscara, o distanciamento e a higienização das mãos. Carlos Teixeira adianta que foi ainda salientada a necessidade de manter todos estes cuidados nos percursos de e para a escola, e nas suas imediações, atendendo que os casos positivos que foram surgindo no passado não diziam respeito à escola mas a contactos fora desta.

O director do AECCB assinala que também a vertente pedagógica desta retoma, para além da sanitária, foi devidamente preparada. “Temos de recuperar estes dois meses de confinamento, em que o ensino foi à distância, mas a recuperação dessas aprendizagens tem que acontecer com tranquilidade”, frisa, consciente de que este processo exige o esforço de todos, admitindo que para lá das fronteiras deste ano lectivo.

Entretanto, acautelar um regresso seguro leva a que hoje mesmo, terça-feira, cerca de 300 docentes e não docentes do agrupamento sejam testados. O primeiro grupo foi sujeito a teste aquando da retoma do 1.º ciclo, seguindo-se agora este segundo grupo, ao qual se seguirá o dos afectos ao Secundário, que regressam à escola apenas a 19 de abril.

 

Famafitness reabre com energia

Ricardo Costa, coordenador do ginásio Famafitness, encara esta retoma da actividade com “esperança” no futuro, e desejando que “tudo corra pelo melhor”, nesta segunda fase do desconfinamento, de modo a que não tenhamos que dar um passo atrás. “Ficamos todos a perder”, assinala, o que motiva um apelo à responsabilidade colectiva.

De portas fechadas desde janeiro, o coordenador do Famafitness assume que não foi fácil resistir. “Foi muito complicado”, confessa, considerando que não pôde socorre-se de quaisquer ajudas de Estado. Ricardo Costa adianta que os apoios pressupõem elementos comparativos da faturação, requisito que o Famafitness não tinha condições de cumprir, uma que se trata de um projecto com menos de um ano de existência. “Criamos uma plataforma, levando aulas online aos nossos sócios, e foi assim que tentamos segurar o barco”, desabafa, reconhecendo, contudo, que no que toca à actividade física não há nada que substitua o sítio e a energia própria do lugar onde ela deve acontecer. 

Entretanto, a retoma da actividade, esta segunda-feira, foi entusiasmante: “desde que abrimos tivemos uma boa adesão, e isso deixa-nos animados. Claro que também preparamos este regresso. Tivemos a preocupação de contactar todos os sócios, explicando exactamente como é que esta reabertura ia acontecer, e penso que isso também tranquiliza e dá confiança às pessoas”.

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