Paulo Cunha não se recandidata à Câmara

O próprio não o confirma, mas O Povo Famalicense sabe que a decisão foi comunicada no passado domingo a militantes e autarcas do PSD

 

Paulo Cunha não é recandidato à presidência da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. A decisão, ao que O Povo Famalicense apurou, foi anunciada este domingo a militantes, autarcas e ex-autarcas do PSD, num encontro para o qual foram convocados na Casa das Artes.

Contactado pela nossa reportagem, o social-democrata não comenta, em respeito pelos famalicenses e pela normalidade institucional  inerente a um processo decisório que tem que passa, em primeira instância, pelo partido. Remete declarações para uma comunicação que amanhã dirigirá aos famalicenses, pelas 19h00, a partir da sua página oficial do Facebopok.

Tudo aponta para que o sucessor como cabeça de lista da coligação venha a ser Mário Passos, actual vereador das Freguesias, Associativismo e Desporto. O seu nome, como se imoõe, deverá ser agora submetido às estruturas do partido, às quais caberá decidir sobre a proposta em cima da mesa. Considerando que foi o único nome apontado na reunião deste domingo, parece afastada a possibilidade de a escolha também poder recair sobre Augusto Lima, actual vereador da Economia, Empreendedorismo e Inovação, Turismo, Internacionalização e Desenvolvimento Territorial Integrado, que chegou a ser ventilada.

Diversas fontes ligadas ao processo, asseguraram à nossa reportagem que a decisão de Paulo Cunha em não se submeter como candidato a um terceiro mandato está tomada e é definitiva. Aos militantes que encheram a Casa das Artes não terão sido dadas grandes justificações para a decisão de não se recandidatar, a não ser o que define a estratégia do partido a nível local. Apesar dos rumores em torno deste mesmo desfecho terem começado a surgir e a intensificar-se nas últimas semanas, O Povo Famalicense sabe que o anúncio da decisão deixou a maioria dos militantes e autarcas surpreendidos, uma vez que a apresentação para um terceiro e último mandato seria a decisão natural e, por isso, também a expectável.

Com a saída de cena de Paulo Cunha, que é também presidente da Comissão Política Concelhia e da Distrital do PSD, este será apenas um de vários rombos na equipa governativa que actualmente se conhece. Isto porque, o actual vereador da Educação, Leonel Rocha, que chegou a ser apontado como mais que provável sucessor da coligação para a presidência a Câmara, já anunciou em fevereiro que sai do executivo municipal para se candidatar à Junta de Freguesia de Ribeirão. Para além deste, também Pedro Sena, que presentemente assume pastas como a do Ambiente, estará de saída. Tal como José Santos, que detém as pastas como a da Energia, Gestão, Conservação e Manutenção de Equipamentos Públicos e do Espaço Urbano.

Recorde-se que o nome de Paulo Cunha constou no rol de autarcas que a nacional apoiaria para uma recandidatura. O anúncio foi feito por José Silvano, secretário-geral e coordenador autárquico nacional do PSD, no início de março. Nesta altura, o PSD apresentava um conjunto de autarcas já ratificados, e anunciava que apoiaria a recandidatura de várias dezenas, entre os quais Paulo Cunha.

Na conferência de imprensa que há duas semanas formalizou mais um acordo de coligação do PSD com o CDS-PP para um novo ciclo autárquico, Paulo Cunha dizia ao Povo Famalicense que não se sentiu pressionado a avançar com aquele anúncio, que sabemos ter acontecido sem aviso prévio dos próprios. Pelo contrário, referia sentir-se “lisonjeado” com o que interpretava como “um sinal de confiança”.

Contactado pela nossa reportagem, o líder do CDS-PP, Ricardo Mendes, que é também membro do executivo camarário, não quis comentar a actual situação política, remetendo qualquer posição para momento posterior ao de uma tomada de posição pública do próprio Paulo Cunha.

 

Saída de Paulo Cunha seria conhecida do PS há pelo menos um mês

 

Entretanto, ao que conseguimos apurar, a decisão de não recandidatura de Paulo Cunha à presidência da Câmara já é conhecida do principal partido da oposição, o PS, há pelo menos um mês. De resto, o próprio vereador socialista no executivo, Nuno Sá, aproveitou a penúltima reunião pública para uma pequena provocação ao edil a propósito.

A abertura de um novo ciclo na coligação PSD/PP, com a mudança de protagonistas, coincidindo com um novo ciclo no próprio PS, com a chegada de Eduardo Oliveira à liderança, e assumindo também o papel de cabeça de lista à Câmara, deixa as hostes socialistas animadas para o embate eleitoral que deverá acontecer entre setembro e outubro deste ano.

 

Vitória sem paralelo em 2017

Paulo Cunha, de 50 anos, chegou à presidência da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em 2013, sucedendo a Armindo Costa, que levou a coligação PSD/PP ao poder em 2001, e do qual foi vereador no último mandato.

Venceu, por duas vezes, superando sempre a percentagem obtida pela coligação de direita nos actos eleitorais anteriores.

Em 2017, conseguiu mesmo uma votação recorde, ao atingir os 67,40 pontos percentuais, conseguindo passar de uma representatividade de sete para oito vereadores no executivo municipal. Foi mesmo o quinto candidato mais votado no país.

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