O Governo incluiu o interface rodoferroviário entre o lugar de Santana, em Ribeirão, e a cidade vizinha da Trofa, que inclui a construção da nova ponte sobre o rio Ave, na rubrica “Missing links e Aumento de capacidade da Rede”, do Plano de Recuperação e Resiliência.

A obra, reclamada há vários anos, tem como objectivo descongestionar o trânsito da Estrada Nacional 14, pressionada por uma dinâmica empresarial intensa, sobretudo no troço entre Vila Nova de Famalicão e a Maia. O documento apresentado ontem pelo primeiro-ministro, António Costa, dá conta de que o investimento vai disputar os fundos da apelidada “bazuca”.

A construção da nova travessia, alternativa à que hoje existe, associada a uma variante que desviará o tráfego do centro da cidade da Trofa passando nas imediações da ferrovia, é tida como essencial para complementar os investimentos já executados na beneficiação dos troços de Famalicão e da Maia, a montante e jusante da terceira fase que falta concluir. Inscrita está ainda a ligação da Maia (nós do Jumbo) ao interface rodoferroviário da Trofa.

Elencada na rubrica de investimentos e infraestruturas, a empreitada disputa uma dotação global de 362,9 milhões de euros. Para além destas duas,  inclui mais 15. O intuito da sua concretização é o de “promover a eliminação de travessias urbanas e a adequação da capacidade, reduzindo tempos de percurso, gases poluentes e situações de congestionamento, bem como reforçar as acessibilidades aos grandes corredores e às interfaces multimodais, aligeirando custos de contexto ao tecido empresarial e potenciando investimentos já realizados nas infraestruturas conexas”, segundo refere a síntese do PRR.

Recorde-se que ainda no início desta semana um grupo de deputados do PSD na Assembleia da República, entre os quais o famalicense Jorge Paulo Oliveira, questionaram o silêncio do Governo em torno da concretização da nova travessia, uma vez que tem já mais de um ano a Declaração de Impacte Ambiental, necessária para fazer avançar o projecto.