Close-Up convida ao regresso à magia da grande tela do cinema

A Casa das Artes de Famalicão avança com o 6.º episódio de Close-Up - Observatório de Cinema, de 16 a 23 de outubro, naquela que é uma uma oportunidade para que a comunidade abandone a solidão dos pequenos écrans ditada pela pandemia e se volte a reunir em torno da magia da grande tela do cinema.

Comunidade – é este o tema da presente edição e o Observatório de Cinema faz o elogio da comunidade de espectadores, de amigos, conhecidos e desconhecidos em redor da sala de Cinema, trespassados por uma luz sagrada.

São seis as linhas de força da presente edição: dois filmes-concerto pelos Sensible Soccers (Manoel) e por Filipe Raposo e Orquestra Sinfónica Portuguesa (Metropolis); exposição que relaciona o mote desta edição -  Comunidade – e a obra de Manoel de Oliveira, numa proposta da Casa do Cinema Manoel de Oliveira; um panorama dedicado a Basil da Cunha, que junta longas e curtas, e que inclui uma masterclasse com o realizador; um ciclo de histórias do cinema, que cruza as filmografias de Wong Kar-way e Hong Sang-soo; um panorama de projeções em volta do mote Comunidade, com sessões comentadas; cinema para escolas, apresentações de livros no Café Kiarostami e sessões para famílias.

Comunidade é um mote que será projetado em filmes que discutem e alargam a comunidade, comunidades que se expandem do grande ecrã para fora da sala, em diálogos que hão de constituir memórias, com um programa que arranca com 66 Cinemas de Philipp Hartmann, ronda pela topografia de salas da Alemanha, de lugares e de relatos que são revisitações de pedaços da História.

A abrir e a fechar o programa, momentos altos de cruzamento da música com o cinema, filmes-concerto que ficarão no património do Teatro Municipal: Manoel, as texturas e os ritmos dos Sensible Soccers, devotos da cidade de Manoel de Oliveira, de Douro Faina Fluvial (a completar 90 anos) e o O Pintor e a Cidade (1956); a Metropolis de Fritz Lang revista pela partitura de Filipe Raposo, um piano e uma orquestra de câmara de 15 elementos, com a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa.

São de comunidades que se preencherão as Paisagens Temáticas, ficção e documentário, olhares sobre Portugal nas primeiras vivências em democracia: Manuela Serra e a comunidade de Lanheses em O Movimento das Coisas, as cooperativas do Ribatejo em Prazer, Camaradas, ou a estreia de Operário Amador, as origens de uma companhia de teatro, fundada por um grupo de operários têxteis, na agora vila de Joane. Mas são também olhares do presente, no quotidiano do centro histórico de Guimarães em Surdina ou a suspensão das vidas no Bairro do Aleixo em A Nossa Terra, o Nosso Altar. As comunidades são plurais, mesmo na clandestinidade do encontro da máquina com o humano no Crash de Ballard e Cronenberg, ou na convivência de uma família da Coreia com as paisagens da América e do seu cinema, em Minari.

As Histórias do Cinema são contadas por dois protagonistas: pela Hong-Kong de Wong Kar-wai e a Coreia do Sul de Hong Sang-soo. Cinematografias a descobrir, como a de Sang-soo que nos chegou tardiamente, ou de reencontro, com a comunidade de espectadores que fomos antes do virar do milénio, quando pela primeira vez encontramos os pares e a velocidade da cidade de Kar-Wai. O trabalho de mais de dez anos de Basil da Cunha, junto da comunidade da Reboleira (Amadora), é a nossa Fantasia Lusitana e um dos destaques do programa, com a presença nas sessões do cineasta suíço de origem portuguesa, que também ministrará uma masterclasse.

É um dos eixos do programa, na relação privilegiada com a comunidade escolar, com sessões preenchidas por animação, ficções, oficinas e concertos, em diálogo com o mote desta edição, com propostas divididas pela Casa das Artes, pelas escolas, por parcerias com os vários Agrupamentos de Escolas do concelho, incluindo a participação das escolas artísticas. No Café Kiarostami, falaremos de livros, de televisão e de Cinema e para Famílias juntaremos a mais recente criação dos Studio Ghibli ao centenário The Kid de Charlie Chaplin.

O encenador Luís Mestre a partilhar o fascínio pelo experienciar ballardiano, o encontro da investigadora Maria do Carmo Piçarra com os personagens reais da comunidade da Reboleira, no diálogo com Basil da Cunha: as sessões comentadas singularizaram e intensificam um programa de mais de 30 sessões em oito dias, orientadas pelas comunidades que preenchem os filmes, num diálogo com o espectador que se estende pelo foyer do Teatro Municipal com uma exposição proposta pela Casa do Cinema Manoel de Oliveira.

Todas as informações disponíveis em http://closeup.pt/

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