Teatro da Didascália apresenta projecto artístico "Todos Somos Paisagem" este fim de semana

O Teatro da Didascália responde à questão "Para onde vão as plantas quando morrem?" através do projecto artístico comunitário "Todos Somos Paisahem", que se realiza este fim de semana, 2 e 3 de outubro, no espaço fAUNA, na vila de Joane.

Ao perguntarmo-nos para onde vão as plantas quando morrem, segundo o Teatro da Didascália, uma das respostas que encontrámos é que «Todos Somos Paisagem». Neste seguimento, a entidade artística, em parceria com a Casa da Villa, unidade da ACIP - Ave Cooperativa Intervenção Psico-Social, e da Amitorre - Associação de Moradores da Habitorre, desenvolveu o «Para onde vão as plantas quando morrem?» que resulta de um trabalho exploratório da flora local, unido às artes plásticas e performativas, que irá culminar com a apresentação de um herbário, com elementos artísticos e uma performance, este sábado, 2 de outubro, pelas 18h00, e no domingo, pelas 16h00.

“Pensamos em algo que estivesse relacionado com o território”, refere Vera Santos, coordenadora do programa de mediação do Teatro da Didascália, onde se insere o «Todos Somos Paisagem», acrescentando que o trabalho desenvolvido com a comunidade, surgiu no sentido “não só de levar a cultura a outros públicos, como também, trazer a realidade local ou dos locais onde trabalhamos aos artistas”. Assim sendo, a coordenadora realça que “há aqui uma espécie de triângulo de colaboração neste projeto”, referindo-se à referida estrutura artística, Amitorre e Casa da Villa / ACIP.

A ação «Todos Somos Paisagem», decorreu de abril a setembro de 2021, na Casa da Villa e no espaço fAUNA, sede do Teatro da Didascália, tendo contado com o envolvimento de mais de 40 membros da comunidade de Joane. A partir das plantas observadas nos referidos espaços foi construído um herbário, que serviu de base para uma criação plástica e performativa sobre o papel das pessoas na paisagem natural, nomeadamente, como se fixam e transformam um lugar.

“Era um projeto completamente em aberto, que das primeiras sessões com as pessoas, dependia da idealização (…) foi tudo bastante espontâneo e orgânico, tal como a natureza”, refere Cristiana Vieira, coordenadora cientifica do projeto e especialista do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. “Um projeto de coexistência e de cocriação” é assim que a mesma descreve o projeto.

“Foi um percurso, uma construção sessão a sessão, trabalhamos com duas comunidades bastante diferentes (…) os jovens da ACIP e com a associação da Amitorre” disse Helena Espanhol, também coordenadora cientifica do projeto e especialista da mesma entidade museológica, “Os elementos da comunidade também foram trazendo as suas valências, algo que foi muito importante (…) nós davamos, eles também nos davam, tudo se transformava”, salienta Helena Espanhol.

“Este projeto tem uma particularidade muito interessante: temos duas biólogas e uma artista (…) fizemos uma fusão, supostamente, improvável” destaca a atriz e artista plástica, Cristina Cunha. “Não é um herbário convencional”, destaca a artista, pois houve “a minha intervenção foi de desconstruir um pouco, através de outras expressões e formas (artísticas)”.

Na fase inicial do projeto, foi focada a questão da botânica e no processo de construção do herbário, resultante da exploração dos espaços naturais da Casa da Villa e do fAUNA. Após a criação do herbário, como exposição, surgiu a parte performativa, ligada ao teatro, no qual foram criadas “umas criaturas”, fruto da “construção de máscaras e figurinos”, como refere Cristina Cunha, que serviram de suporte à componente performativa, que irá traduzir-se, no final do projeto, numa inauguração performativa do herbário, feita pelos participantes da comunidade.

Refira-se que para além das sessões performativas dos dias 2 e 3 de outubro, o herbário em exposição no espaço fAUNA poderá ser visitado de 2 a 9 de outubro, das 10h00 às 18h00, mediante marcação prévia, através do email rp@teatrodadidascalia.com ou do telefone 924 305 850.

Recorde-se que o Teatro da Didascália é uma cooperativa cultural fundada em 2008 e sediada na quinta da Bemposta, na freguesia de Joane, Vila Nova de Famalicão. A sua atividade desdobra-se entre a criação de espaços artísticos transdisciplinares e a programação e acolhimento de outros projetos artísticos: no seu espaço de criação e programação, o fAUNA, no encontro «Territórios Dramáticos», e no Festival Internacional «Vaudeville Rendez-Vous», que decorre nas cidades de Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão.

«Para onde vão as plantas quando morrem?» resulta da ação Todos Somos Paisagem, inserida no projeto HÁ CULTURA | CULTURA PARA TODOS promovido pelo Município de Vila Nova de Famalicão e cofinanciado pelo NORTE 2020, através do Fundo Social Europeu (FSE).

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