A Polícia Judiciária de Braga deteve seis suspeitos da prática de crimes de associação criminosa, roubo agravado (consumado e tentado – com utilização de armas de fogo), sequestro agravado, violência depois da subtração, detenção de arma proibida, falsificação de documentos agravado e tráfico de estupefacientes. Em causa estão crimes como o assalto a uma carrinha de valores, no passado dia 19 de setembro, quando o funcionário se preparava para abastecer a caixa multibanco de um supermercado situado no Atlantik Park; e um assalto ocorrido a uma luxuosa residência em Vale São Martinho, este a 1 de julho de 2020, em que a proprietária e a funcionária estiveram sequestradas cerca de uma hora. De resto, foi este último que deu origem ao inquérito que culmina agora com as detenções.

No âmbito da operação, titulada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Guimarães, foram cumpridos mandados de detenção, e cumpridos vários mandados de busca domiciliária e não domiciliária em várias localidades do Grande Porto, em Braga, Famalicão e Guimarães, diligências presididas por um Juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Guimarães. A PJ adianta que "foram apreendidas várias viaturas automóveis, armas de fogo, munições, produto estupefaciente, dinheiro, equipamentos de comunicações e vários objetos de valor", sendo que, no decurso das buscas, foi ainda detido um outro individuo, este por detenção de armas proibidas e posse de produto estupefaciente (haxixe).

O inquérito que levou às detenções foi desencadeado num “homejacking” – crimes de roubo agravado e sequestro agravado, "ocorrido no dia 1 de julho de 2020, numa freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão, sendo vítimas duas idosas que habitavam numa residência, a quem os autores subtraíram cerca de cinquenta mil euros em dinheiro, várias peças e objetos em ouro, relógios de marca e duas viaturas topo de gama".

Numa fase posterior, é atribuído ao grupo o assalto à carrinha de valores em Vila Nova de Famalicão, assim como outros dois do género. Um deles, em 26 de fevereiro de 2021, em que "foi cometido um roubo agravado consumado em Gondomar", e a 13 de setembro, roubo agravado, apenas tentado, em Ermesinde.

Os detidos vão ser presentes às autoridades judiciárias competentes no Tribunal de Guimarães, para primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação. Nenhum deles, com idades compreendidas entre os 55 e os 36 anos, "apresenta qualquer atividade profissional, não lhes sendo conhecidos bens e/ou rendimentos de origem lícita".

No assalto do passado dia 19 no Atlantik Park, o funcionário foi abordado por três indivíduos armados e encapuzados que os assaltaram quando se preparavam para carregar uma máquina multibanco. À hora da investida, cerca das onze da manhã, o supermercado onde se encontra instalada a máquina multibanco estava cheio de clientes, que ficaram em pânico quando se aperceberam do que estava a acontecer.

O funcionário da carrinha de valores tinha parado a viatura quando foi abordado por dois homens armados de caçadeira e encapuzados. Os assaltantes ameaçaram o funcionário e os clientes que se encontravam no supermercado de caçadeira empunhada. Conseguiram levar consigo duas malas contendo uma quantia não apurada de dinheiro, enquanto um terceiro indivíduo aguardava por elas ao volante de um Mercedes.

No caso do assalto à moradia, em julho do ano passado, três homens encapuzados e armados aguardaram no exterior que uma das moradoras saísse para se infiltrarem no interior da propriedade. Manietaram a mulher de 75 anos e com uma arma apontada à sua cabeça ordenaram-lhe que os dirigisse ao quarto onde repousava a proprietária, de 76 anos, ao que acedeu sob ameaça. Terão estado sequestradas cerca de uma hora, mas não terão sofrido agressões por não oferecem resistência às exigências dos assaltantes.

Durante esse tempo, os homens acederam ao cofre, de onde terão levado cerca de 50 mil euros em dinheiro e joias. Levaram ainda as chaves dos dois veículos topo de gama, um BMW e um Range Rover, que se encontravam estacionados no exterior da casa.

Deixaram as duas mulheres fechadas no interior de uma despensa. Terá sido o jardineiro, funcionário habitual da casa, que ao não ver a funcionária interna suspeitou que alguma coisa de anormal se passavam, acabando por dar com as duas mulheres fechadas e em pânico na sequência do assalto.