Comissão de Reforma das Maternidades propõe encerramento do serviço em Famalicão. Presidente da Câmara “perplexo”

A Comissão de Reforma das Maternidades, que está a avaliar o território nacional para efeitos de reorganização dos serviços, propõe o encerramento da Maternidade do Hospital de Vila Nova de Famalicão. A notícia caiu como uma bomba na comunidade famalicense, por inesperada que é, e em contra-ciclo com todos os investimentos que vêm sendo feito, nos últimos anos, na qualificação e humanização dos serviços, o que lhe vale o estatuto de referência no plano nacional.

A proposta daquela comissão, segundo revela esta manhã a Rádio Renascença, baseia-se no número de partos por ano, inferior a mil, e na distância a que o concelho se encontra de outras maternidades. A Póvoa do Varzim, a cerca de 30 quilómetros de distância, e com um rácio de 1200 partos/ano, assim como o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos e a cerca de 40 quilómetros, são dois serviços que são apresentados como alternativas viáveis de encaminhamento das parturientes que acedem à Maternidade de Vila Nova de Famalicão.

O presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, reage com “perplexidade” à notícia. “Não compreendo porque é que um serviço que está a funcionar bem possa ser descontinuado”, lamentou ao final da manhã desta sexta-feira, acrescentando que também não percebe que uma comissão destinada a fazer um estudo nacional em torno da rede de maternidades, chegue a um “resultado” que aponta como caminho “encerrar as maternidades que funcionam bem, para colocar aquelas que porventura funcionam mal, a funcionar um pouco melhor”.

O edil famalicense anuncia que desde já encetará diligências junto do Conselho de Administração do Centro Hospital do Médio Ave (CHMA) e do Governo para manifestar a sua incompreensão. Contactará ainda os autarcas dos concelhos de Santo Tirso e Trofa, também eles servidos pela Maternidade de Famalicão. “Não se pode resolver os problemas dos serviços que funcionam menos bem, encerrando aqueles que funcionam bem. Isto não é nenhuma metodologia”, censura.

O Povo Famalicense procurou uma reação do Conselho de Administração do CHMA à proposta mas, nesta fase, opta por não fazer comentários.

 

 

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