Está agendada para hoje a audiência do presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro. Solicitada com carácter de urgência por Mário Passos, depois de ter sido dado à estampa o conteúdo de um estudo que propõe o encerramento da maternidade do Hospital de Famalicão, o encontro contará também com a presença dos autarcas de Santo Tirso e Trofa, concelhos que beneficiam igualmente da valência.

Refira-se que o estudo da comissão encarregue da reforma da rede de maternidades do país, que para além da de Famalicão propõe o encerramento de mais seis em todo o território, alega o rácio inferior a mil partos/ano e a proximidade a outros serviços para suportar a proposta de encerramento. O edil famalicense reagiu "com perplexidade" à possibilidade avançada, desde logo porque contradita todos os investimentos de qualificação da maternidade feitos nos últimos anos, nomeadamente, no que toca à humanização do parto, e que desqualifica um concelho que continua a dar cartas na economia nacional, ao manter-se como terceiro mais exportador do país.

O coro de protestos ecoou na classe política, e a última Assembleia Municipal aprovou vários votos de protesto contra a possibilidade de encerramento. O PS isolou-se, votando favoravelmente apenas a posição assumida pela CDU, que se focava na melhoria global do Serviço Nacional de Saúde, sem se referir exclusivamente à maternidade.

Como forma de protesto, a CDU promoveu uma tribuna pública sobre a temática, o CDS reuniu com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, e o Chega realizou uma vigília em defesa da manutenção do serviço, no início desta semana. Entretanto, os deputados do PS na Comissão Parlamentar de Saúde reuniram com o ministro para abordar o tema, ainda que uma semana antes tivessem votado contra uma diligência idêntica solicitada pelo Bloco de Esquerda, partido que também se manifestou publicamente contra o encerramento.