A Câmara Municipal de Via Nova de Famalicão deu parecer negativo à instalação de uma nova central fotovoltaica, desta feita em Fradelos, visando a ocupação de uma área superior a 11,3 hectares de terrenos agrícolas e florestais. O despacho do presidente Mário Passos é desta quarta-feira, e contraria o parecer favorável da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional Norte, e o aval da Agência Portuguesa do Ambiente no que toca à autorização de utilização dos recursos hídricos.

O despacho ratificado pelo edil, a que O Povo Famalicense teve acesso, opõe-se à operação com base em vários argumentos, com destaque ao que aponta para que mais de dois por cento da área florestal concelhia já se encontrar ocupada por unidades de produção de energia solar com recurso a fotovoltaicas, considerando que o aumento desta percentagem, “em detrimento da área florestal e dos seus intrínsecos valores naturais contraria os princípios da sustentabilidade”. Por outro lado, parte da área colide com a faixa de protecção da A7, para além do que o Plano Director Municipal salvaguarda o uso dos solos para prodição e espaço florestal.

Este chumbo surge depois de ter sido dado a aval a uma outra instalação do género no Monte de Santa Catarina, e que mereceu pareceres favoráveis de todas as entidades apesar da polémica suscitada com o abate de árvores, nomeadamente, sobreiros.

O chumbo ratificado pelo presidente da Câmara alinha pelos argumentos já invocados no passado, a propósito desta mesma polémica, apontando para a necessidade de uma “planificação nacional responsável que atente no interesse do país, mas que não deixe de atender à realidade local, isto para garantir um esforço equilibrado por parte dos vários municípios para o cumprimento da diretiva da  Comissão Europeia”, a qual sugere uma “acção conjunta para uma energia mais segura e mais sustentável a preços mais acessíveis”.