“A minha Casa é a tua Casa” de Serralves para a Devesa

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, estará presente na inauguração da exposição “A minha Casa é a Tua Casa: Imagens do Doméstico e do Urbano de Serralves” na próxima segunda-feira, pelas 17h30, na Casa do Território, na Devesa.
Com perto de duas dezenas de obras de artistas consagrados como José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Gil Heitor Cortesão, Ângela Ferreira, Luís Palma, e outros, a exposição pertencente à coleção de Serralves surge no âmbito do acordo de adesão do município de Famalicão ao Conselho de Fundadores da Fundação celebrado em 2016 e ficará patente até junho de 2019.
“A minha casa é a tua casa” é habitualmente a expressão com que asseguramos a alguém que a nossa hospitalidade é sincera, instituindo também a casa enquanto centro de uma relação entre duas ou mais pessoas - dialética que pode sintetizar a dinâmica entre artista e espectadores: as casas imaginadas por artistas serão temporariamente a nossa casa.
É, de facto, muito considerável a quantidade de artistas para quem a casa é tema e pretexto. Os artistas e as obras presentes nesta exposição colocam o doméstico e o quotidiano no centro das suas preocupações, propondo diferentes interpretações daquilo que se entende por casa. Para alguns, ela é abrigo, lugar protetor de espera, evocador de estados e sentimentos como a solidão e a melancolia; para outros, ela é o local ideal para, através de um escalpelo analítico, identificar e falar de neuroses, de repressões; para outros ainda - Martha Rosler é exemplo paradigmático -, a casa, mais concretamente a cozinha, é símbolo da condição feminina e, portanto, cenário e objeto das mais ferozes críticas ao papel tradicional da mulher.
Independentemente do ângulo adotado, a casa parece sempre encetar um jogo subtil entre o privado e o público. Talvez por isso alguns dos artistas presentes em "A Minha Casa é a Tua Casa” sublinhem a relação da casa com a rua e com a cidade, dedicando-se a pensar questões eminentemente urbanísticas - casos de Ângela Ferreira, Gordon Matta-Clark e Luís Palma.
Aos ideais utópicos e de libertação do homem que estiveram na base da arquitetura e do urbanismo modernistas, estes artistas contrapõem modelos vernaculares de ampliação de casas (as marquises) ou um território desordenado em que se mesclam organismos urbanos e rurais, outrora coerentes e estanques. As casas destes artistas são a nossa casa.
 A exposição foi lançada, na Devesa, no passado mês de junho, com a apresentação de uma escultura de José Pedro Croft. Na altura, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, salientou a importância para Famalicão de ter um parceiro cultural estratégico como é Serralves. No mesmo sentido, a presidente da Fundação Serralves, Ana Pinho, sublinhou a importância da cooperação com Famalicão no âmbito da politica de descentralização da Fundação.
Recorde-se que, com a celebração do acordo de adesão do município a Serralves iniciou-se uma relação de cooperação entre estas duas instituições, baseada num projeto integrativo de promoção e divulgação cultural e ambiental, que entre outras atividades prevê, por exemplo, o acesso em Famalicão às inúmeras exposições itinerantes da Coleção de Serralves, entre outras iniciativas.
A Fundação Serralves é uma instituição de utilidade pública de que são fundadores, entre outros o Estado, e um importante conjunto de entidades singulares e coletivas, que representam a iniciativa privada, a sociedade civil e as autarquias. Ao todo, a Fundação Serralves conta neste momento com cerca de 241 fundadores.
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