RUSGA DE JOANE integra candidatura do “CANTO A VOZES” a Património Cultural Imaterial da Humanidade

No passado sábado, dia 18 de janeiro, no auditório do Balneário Rainha D.ª Amélia, nas Termas de S. Pedro do Sul, teve lugar mais uma reunião de trabalho que juntou 18 grupo de cantares polifónicos tradicionais, oriundos do centro e norte do país. O encontro foi presidido pela anfitriã e vereadora da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, professora Teresa Sobrinho, bem como pela professora doutora Rosário Pestana, da Universidade de Aveiro, e pelo professor doutor Domingos Morais, docente da Escola Superior de Teatro e Cinema.

“O património somos nós!” foi o título da mesa redonda que reuniu grupos de Canto a Vozes para debater a inscrição desta manifestação na matriz PCI. No auditório das Termas de São Pedro do Sul fizeram-se ouvir mais de 120 cantadeiras e cantadores dos 18 grupos participantes, inclusive o Grupo Etnográfico Rusga de Joane, de Vila Nova de Famalicão.

Foi constituída a Comissão Organizadora de uma associação de defesa dos interesses dos grupos que formalmente ou informalmente cantam a três e mais vozes um repertório legado pela sociedade agrária tradicional, que tem diferentes designações locais: cramol, terno, lote, cantada, cantedo, cantarola, moda ou cantiga.

Por iniciativa do Município de São Pedro do Sul foi feito um protocolo com a Universidade de Aveiro, tendo sido constituída uma equipa de investigação que desde 2017 acompanha a atividade dos diferentes grupos, ao mesmo tempo que desenvolve uma pesquisa em fontes históricas. Cantado por grupos de mulheres ou mistos, este canto é, no século XXI, uma expressão artística e um património imaterial que vincula as mulheres e homens (com maior destaque na mulher) no combate à vulnerabilidade das comunidades onde residem, reforça a identidade local e desoculta o papel das mulheres nos processos e práticas culturais ancestrais.

É cultivado no centro e norte de Portugal há sucessivas gerações e encontra-se em comunidades e(ou) grupos geograficamente distantes, mas que de alguma forma tiveram ao longo da sua história contacto com essas práticas performativas. Tal e qual se sucede com a RUSGA DE JOANE, que tem dado cada vez mais destaque ao "Canto a Vozes", também conhecido como canto polifónico tradicional, fazendo com que esteja sempre presente na sua atividade corrente, bem como, o incentivo à transmissão às novas gerações, desta tradição tão nobre, tão portuguesa.

Seguir-se-ão outras reuniões e iniciativas que visam fortalecer este movimento coletivo e congregar todo este conhecimento e prática cultural que tem perdurado de geração em geração e que urge proteger e eternizar, fazendo ao mesmo tempo uma justa homenagem a todas as mulheres que ao longo de anos e anos mantiveram este património vivo.

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