Gerações: cuidar do presente e pensar no futuro

No seguimento das orientações governamentais, a Associação Gerações preparou as suas três salas de creche (berçário, creche um e creche dois) para a reabertura no dia 18 de maio, fazendo tudo o que era humana e tecnicamente possível para proporcionar aos bebés e às crianças o reencontro com os seus amigos e o contato com as educadoras e outras profissionais das suas salas. Este regresso, depois de uma ausência forçada de dois meses, não chegou a concretizar-se, por opção unânime das mães e dos pais das crianças.

 A Gerações esteve sempre em total sintonia com a opção tomada pelos pais. Depois de dois meses de pandemia e de encerramento da instituição, a atitude mais racional era esperar que as coisas evoluíssem positivamente e isso só é feito pelo tempo e com o tempo. A concretizar-se, esta não seria a reabertura normal, aquela que todas as crianças, mães e pais, colaboradoras, técnicas, direção pedagógica e educadoras ansiavam que fosse, mas a reabertura possível, atendendo aos condicionalismos que vivemos e no respeito por todas as orientações da Direção Geral de Saúde.

 Passadas as duas semanas que faltavam de maio, as crianças da creche e as crianças do jardim de infância regressaram no dia 1 de junho, um dia duplamente grande porque foi o “Dia Mundial de Criança”! A Gerações faz de todos os dias “dias mundiais da criança”, mas este teve um significado e um simbolismo muito especiais. Ficam apenas a faltar os seniores do centro comunitário (Clube Sénior) e as crianças do Centro Educativo. Elas também virão, no momento em que o Governo e as autoridades de saúde considerarem adequado. E vai ser novamente um grande dia porque na Gerações a intergeracionalidade vive-se todos os dias porque faz parte do “ADN” da instituição.

O regresso de 1 de junho foi um regresso sereno e tranquilo porque devidamente preparado e testado. As exigentes normas de segurança foram bem acolhidas pelos pais, de acordo com um “plano de contingência” minucioso e exigente. A este nível e nomeadamente quanto à higienização dos espaços e dos brinquedos das crianças e quanto a todas as normas e diretivas de segurança, a Gerações não tem nada a aprender, já que a sua atuação se pauta sempre por grandes padrões de exigência e de qualidade. Houve apenas necessidade de, tanto quanto possível, adequar os comportamentos e os procedimentos às diretivas da DGS.

A partir do dia 1 de junho e nos dias sem fim que vão seguir-se, as mães e os pais sentiram de novo a curiosidade das crianças pelo mundo em que vivem! Viram-nas de novo a desenvolver uma atitude ativa, crítica e dinâmica, como membros de uma sociedade global e plural! Aprenderam também com elas a compreender a diferença e a singularidade como uma mais-valia no conhecimento e compreensão de outras culturas e do mundo! Num trabalho de complementaridade com a “escola”, as mães e os pais vão ajudar a favorecer o conhecimento de hábitos, costumes, tradições e culturas de diferentes países e incentivar e promover comportamentos cívicos, democráticos e de compromisso ético e social!

Esta ligação da Associação Gerações com as suas crianças e seniores não foi quebrada durante os dois meses e meio de interrupção. Educadoras, técnicas e direção pedagógica mantiveram sempre uma ligação estreita às crianças e às famílias, através de videochamadas, encontros virtuais coletivos e videoconferências. Os aniversários das crianças continuaram a ser celebrados, embora à distância. Até um jornal para os pais e para as crianças a Gerações editou e distribuiu. O título foi sugestivo e motivador: “Construímos memórias de felicidade” que agora vão servir de recordação e de preparação do futuro.

Para a Gerações, este é um tempo que nunca se pensou viver. Mas é também um tempo em que todos precisam de se reinventar, de criar, de interagir e de fazer com que os filhos se sintam todos os dias felizes, a aprender, a brincar, a jogar, a sorrir, a construir, a experimentar e a sonhar. Este é um tempo que vai deixar também muitas memórias boas para recordar no futuro.

Se há algum valor acrescentado nesta epidemia, esse valor reside nos novos laços de esperança e de solidariedade que, de uma forma mais intensa e mais forte, aproximam ainda mais as famílias e as profissionais da Associação Gerações, gerando uma grande cumplicidade e uma responsabilidade acrescida que não deixarão de trazer, em tempos próximos, benefícios acrescidos para as crianças.

Uma “árvore colorida”, decorada também com fotografias de “rostos assimétricos” das colaboradoras da Gerações vai ficar a lembrar estes tempos de pandemia. Nas fotos, vêem-se os rostos de todas sem máscaras e, noutras fotos, os rostos cobertos com máscaras, simbolizando um antes normal e um agora de alguma anormalidade. A vontade de todas é que se regresse, num futuro próximo, à normalidade de há três meses atrás…

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