“Sinais inequívocos de retoma” alimentam esperança quanto ao futuro

Relatório trimestral da CCDR Norte evidencia retoma quase plena das exportações em Famalicão,

que lidera ranking dos 20 mais exportadores a Norte

 

O concelho de Vila Nova de Famalicão é o município que se destaca a Norte pela recuperação expressiva das exportações nos meses de Maio, junho e Julho, depois de uma queda significativa em Abril. Esta é a evidência do relatório trimestral Norte Conjuntura, publicado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), e segundo o qual as exportações famalicenses caíram dos 174 para os 70 milhões de Janeiro a Abril, mas estão já próximas de uma recuperação plena em Julho, com o mês a fechar nos 169 milhões.

Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, estas são razões para estar “mais optimista” quanto ao futuro do concelho, depois de há dois ou três meses atrás o “desconhecido” ter alimentado o receio de uma destruição significativa da capacidade industrial.

“Há inequívocos sinais de retoma, e isso significa que a redução da capacidade de produção e de exportar é circunstancial, e que, felizmente, para Famalicão e para o país, não terá deixado sequelas como muitas crises deixam, que trazem descontinuidade de processos”. Esta é a interpretação que o edil famalicense faz da evolução do montante das exportações, que reagiram negativamente à suspensão de processos produtivos e redução das encomendas, não só mas também em função do Estado de Emergência, mas “mantiveram intactos os seus processo produtivos, os seus projectos e planos anuais”. Neste sentido, não tendo sido destruído o potencial industrial, “isso faz com que, havendo um contexto de oportunidade, as empresas estejam em condições de o aproveitar”, frisa.

Depois de tempos em que o desconhecido dominou as expectativas face ao futuro, Paulo Cunha entende que estes resultados económicos revelam que esta é uma crise “conjuntural”, e que as empresas de Famalicão “continuam na vanguarda”. Na expectativa de que outros sinais positivos venham por arrasto, espera que se possa virar a página muito em breve: “espero que rapidamente voltemos aos padrões, aos parâmetros, aos números que tínhamos antes do início da crise, o que é um sinal muito importante e estimulante. Com este resultado, as pessoas percepcionam que, os que estamos a viver nos traz aprendizagens, porque obriga a adopção de novos comportamentos, mas, no essencial, não significará um retrocesso”.

O presidente da Câmara espera que uma das inflecções venha a acontecer ao nível da recuperação do emprego. Consciente que muitas empresas mantiveram postos de trabalho com prejuízos de rentabilidade, considera que também este é um indicador de esperança na retoma.

A propósito de retoma, repisa a necessidade de todos nos adaptarmos a este novo modo de vida, na certeza de é possível continua a ir ao teatro, ao cinema, andar na rua ou ir ao restaurante desde que adoptemos os necessários comportamentos de etiqueta respiratória, distanciamento e uso de máscara.

 

Famalicão começa 2020 a liderar e recupera liderança em Julho

O ano de 2020 começou bem, com o concelho a liderar a lista dos 20 concelhos mais exportadores. Famalicão atingiu os 174 milhões de euros de exportações em Janeiro, montante que desceu para os 169 e 141 milhões, em Fevereiro e Março, respectivamente.

No entanto, foi em Abril que o impacto da pandemia de Covid-19 e a paragem de economia se abateu verdadeiramente sobre a capacidade exportadora local. Neste mês, o concelho baixou o montante exportado para os 70 milhões de euros, e só os municípios de Santa Maria da Feira, Gaia e Maia a passarem para a frente, com 111, 100 e 90 milhões de euros de exportações.

De acordo com o relatório da CCDRN, as exportações associadas à classe das borrachas e plásticos foi a que sofreu a maior redução, de 68,2 por cento.

Maio assinala uma recuperação significativa das exportações, ao passar para os 101 milhões de euros. O concelho fica apenas atrás da Maia, com 107 milhões de euros de exportações, e é igualado pelo concelho de Santa Maria da Feira.

Os meses seguintes, de Junho e Junho, confirmam a retoma. O primeiro saldou-se em exportações de 137 milhões de euros, montante apenas superado por Braga, com 145 milhões. O segundo encerrou com 169 milhões de euros de exportações, montante que não tem paralelo na grelha dos 20 município mais exportadores de toda a região Norte.

Na queda como na retoma, o sector das borrachas e plásticos salta à vista com um crescimento de 223,9 por cento.

Percentualmente, as exportações famalicenses caíram 36,4 por cento no segundo trimestre de 2020. Fevereiro ficou-se por uma queda de 2,3 por cento, em Março foi de 17 por cento, e em Abril caíram mesmo 50,5 por cento. A retoma de Maio foi logo de 45,5 por cento, em Junho de 35,1 por cento, e em Julho prosseguiu com 23,5 por cento.

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