Há mais um impasse governativo no concelho. O executivo da Junta de Freguesia de Delães, proposto pelo autarca reconduzido, Francisco Gonçalves, foi chumbado na Assembleia de posse realizada no passado domingo. O movimento independente Unidos por Delães (UPD) e o Partido Socialista, que juntos obtiveram cinco mandatos (três e dois, respectivamente), deram “cartão vermelho” à proposta do cabeça de lista do Movimento Independente Por Delães (MIPD), que conseguiu apenas quatro mandatos, mas apresentou ainda assim um executivo composto apenas por membros da sua lista.
"Legitimidade para ser Junta"
Francisco Gonçalves, que fez a sua proposta na certeza de que tendo vencido as eleições tem toda a “legitimidade para ser Junta”, razão pela qual propôs vogais da sua lista para a composição do executivo, adianta que, na procura de uma solução para resolver o impasse criado, já deu conta da sua vontade de reunir com as restantes forças políticas eleitas.
Contudo, deixa claro que não poderá aceitar uma solução que não lhe garanta “condições de cumprir com o meu programa eleitoral”, aquele que, ainda assim, frisa, mereceu a preferência dos eleitores de Delães. A não existirem essas condições, aborda as eleições intercalares como única forma de ultrapassar o impasse.
Apesar do chumbo, que para já implica que os vogais do anterior mandato se mentenham em funções, Manuel Silva e Filipe Cunha, cabeças de lista do UPD e do PS deixam claro que se mantém disponíveis para a procura de um “consenso”.
Executivo deve espelhar resultados eleitorais
Ao Povo Famalicense, o primeiro afirma que o seu movimento “está disponível para uma solução”, sendo certo que, afirma, o executivo da Junta terá de espelhar aquela que foi a vontade dos eleitores da freguesia. Para Manuel Silva, que já governou a Junta de Delães ao longo de 12 anos, não tendo sido dada uma maioria do MIPD, o executivo terá que reflectir essa realidade, o que não acontecia na proposta feita por Francisco Gonçalves.
Manuel Silva sublinha que o movimento que se dispôs encabeçar, “não pode defraudar os eleitores delaenses que nele confiaram”, avalizando um executivo composto em exclusivo por membros de uma lista que não obteve maioria nas urnas.
PS empenhado numa solução
Já o socialista Filipe Cunha reitera que se mantém aberto a conversações para a procura de um acordo, no qual acredita, e que de resto procurou até à sexta-feira anterior à tomada de posse, mas sem sucesso. Consciente de que esta situação é prejudicial para a freguesia, sublinha que irá manter-se empenhado numa solução que permita ultrapassar o impasse e normalizar a situação.
