Supremo reduz pena de mulher que matou empresário de Oliveira São Mateus à facada

A mulher que assassinou à facada um empresário de Oliveira São Mateus, em julho de 2020, viu reduzida a pena a que foi condenada pelo Tribunal de Guimarães em dois anos e quatro meses. A decisão, que fixa a pena em 19 anos e seis meses, é do Supremo Tribunal de Justiça, para o qual a defesa de Cristina Oliveira recorreu, depois de condenada a 21 anos e dez meses de prisão na primeira instância em que foi julgada. De referir que, em decisão de outubro último, já o Tribunal da Relação de Guimarães havia reduzido a pena da mulher para 21 anos de prisão.  

O recurso para o Supremo julgou parcialmente procedente o recurso da mulher, condenada por um crime de homicídio qualificado agravado, furto qualificado e detenção de arma proibida.

O crime remonta à noite de 22 de julho de 2020. O corpo do empresário só seria descoberto na manhã do dia 23, pelas funcionárias da confeccão que detinha num anexo à habitação onde residia sozinho.

A investigação da Polícia Judiciária tardou em chegar a um culpado, mas não falhou. A detenção da mulher responsável pelo assassinato de Joaquim Costa só aconteceu em abril de 2021, quase um ano depois do crime, suportada por “prova vastíssima” alegava a PJ em comunicado. Nesta altura Cristina Oliveira confessou o crime, mas negou que tivesse intenção de matar o empresário, o qual pretendia roubar para fazer face a dívidas que havia acumulado e que precisava de pagar. Por isso mesmo, na noite em que matou o empresário, a mulher levou consigo cerca de oito mil euros que encontrou num cofre.

Ao longo do julgamento, negou igualmente a intenção de matar. “O meu propósito era roubar”, disse em audiência. Assim, cerca das onze e meia da noite do crime, saiu de casa determinada a concretizá-lo. Levou consigo uma mochila contento um borrifador com lixívia, luvas, fita cola e uma faca de cozinha. Ainda uma toalha embebida em lixívia com a qual pretendia “fazê-lo desmaiar, amarrá-lo, e fazer o assalto”, explicou, acrescentando que optou por agir encapuzada porque “não queria que ele soubesse quem eu era”.

No entanto, o plano perfeito que Cristina Oliveira apresentou em tribunal, descreveu, faliu quando o empresário reagiu à sua presença dentro da sala, onde dormia deitado no chão. Envolveram-se fisicamente, descreve, e para evitar que o empresário a dominasse e conseguisse identificar, tirando o gorro, começou por borrifá-lo com a lixívia que havia levado. Não tendo surtido o efeito pretendido, depois deitou a mão à faca que deixara em cima de uma mesa de centro, junto ao local onde dormia o empresário, desferindo-lhe os golpes que acabaram por matá-lo. Ao todo seis golpes debaixo do braço esquerdo, um especialmente profundo que atingiu mesmo o ventríloquo, e mais dois na zona do abdómen/tórax.

Negou, todavia, que tenha levado a faca por admitir a possibilidade de ter de a usar contra Joaquim Costa. “Levei a faca para se precisasse de abrir alguma porta ou forçar uma entrada”, e as luvas para “não encontrarem as minhas digitais”, contou.

 

 

 

 

 

 

 

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