O advogado Costa Salgado foi ilibado de todas as acusações no inquérito crime de que era alvo no âmbito da operação “Trapos Soltos”, desencadeada pela Polícia Judiciária de Braga em novembro de 2016. Em causa estavam suspeitas dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, burla tributária à Segurança Social, burla qualificada, insolvência dolosa, corrupção e branqueamento de capitais.
O despacho de arquivamento do inquérito data de 26 de junho e ocorre mais de seis anos depois das buscas e detenções realizadas. O documento refere que “sucumbem indícios de papel preponderante ou interventivo do arguido no seio da associação criminosa, com a organização e finalidade melhor descrita na acusação”, e que “não resultam dos autos indícios suficientes da participação do arguido nos crimes em investigação nos presentes autos, razão pela qual, quanto ao mesmo, determino o arquivamento dos autos”.
O conhecido advogado, à data a face mais visível da operação, foi alvo de buscas no seu escritório, onde os inspectores estiveram mais de oito horas, acompanhados de um magistrado do Minsitério Público.
Decisão contrária ao arquivamento ocorre quanto aos restantes arguidos, ao todo sete, entre os quais o irmão de Costa Salgado, Ernesto Salgado, também ele advogado. A acusação prossegue para julgamento quanto a este e quanto a três técnicos oficiais de contas, dois empresários e um empregado de escritório, todos eles detidos a 28 de novembro de 2016 quando se tornou pública a face de uma investigação que foi desencadeada em 2014.
Contactado pelo Povo Famalicense, Costa Salgado congratula-se com a decisão e sublinha que não podia ser outra que não esta, escusando-se a mais comentários.
De salientar que, ao abrigo da operação “Trapos Soltos”, o advogado agora ilibado chegou a correr o risco de prisão preventiva, que era defendida pelo Ministério Público, e esteve mesmo seis meses impedido de exercer a profissão, uma medida assessória requerida no âmbito do processo e que acabou por caducar.
O desfecho do inquérito ocorre seis anos e meio depois da operação da Polícia Judiciária de Braga que ditou mais de uma centena de buscas domiciliárias e não domiciliárias e oito detenções. À data, em comunicado, as buscas e detenções visavam desmantelar um grupo que teria lesado o Estado em mais de 15 milhões de euros em contribuições para a Segurança Social, IVA e IRC.
Para além dos sete arguidos singulares o processo prossegue com pessoas colectivas como arguidas.